terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O Que Wilson Realmente Disse !

Quando da entrevista de Wilson Bernardo sobre o Capitalismo Marxista, muita gente reclamou no Blog do crato que não conseguiu entender as suas palavras. Acusaram-no de humorista, de tapeador das palavras.

Pode ser que na entrevista o Wilson Bernardo se saiu como um humorista ( E isso exige inteligência para fazer tal tipo de humor ), mas depois, ele explicou bem o que quis dizer realmente, e que eu concordo sumariamente, pena que a câmera já estava desligada.

O Caso é o seguinte, quando Wilson fala de Capitalismo Marxista, ele faz uma crítica ao sistema, colocando a geladeira como o símbolo do capitalismo, que incentiva o consumo sem limites na sociedade moderna. Para a sociedade de consumo, não importa o que você é, mas o seu poder aquisitivo. Para o sistema, mais vale um pobre que tem dinheiro para gastar, do que um rico abastado que não quer comprar.

Vc não vale mais o que vc possui. Vc vale o quanto vc pode Consumir, gastar com algo. A geladeira se tornou o termômetro da família. Se a geladeira está cheia, sortida, aquela família vai bem, por isso, todos detestam ver uma geladeira com apenas água gelando. A geladeira foi feita para conservar o alimento e não apenas para gelar água, que é o que acontece!

Daí, a crítica a um sistema que incentiva as pessoas a um consumo irrefreado, e ao mesmo tempo, priva-os de preencher esses espaços. As pessoas vivem apenas do sonho de consumo, vivendo uma utopia de ver a geladeira sortida, o carro do ano, a casa reformada para as festas natalinas. E os outros, ao verem isso, acham que o "fulano-de-tal" vai bem de vida e quer seguir o mesmo padrão copiando o modelo de uma socidade uniformizada.

Na verdade, as pessoas vivem numa MATRIX, numa ilusão de marionetes que os chefes do sistema construíram e mantêm a todo custo. Ao mesmo tempo em que vendem o sonho de uma sociedade abastada e feliz, priva o indivíduo desses mesmos bens de consumo, vendendo a idéia de um mundo social, comunitário, onde formamos uma imensa comunidade de partilhar as mesmas utopias de distribuição de uma riqueza e fartura que só existe na cabeça dos marqueteiros que se locupletam vendendo um sonho de liberdade aos seus prisioneiros do sistema.

E o pinguim vai sempre brigar com o gêlo da geladeira, porque não há outra coisa pra se consumir, e com o degêlo de uma sociedade alienada, que se desagrega, se derrete como uma engrenagem nefasta se desgasta a partir do seu próprio mal.

Espero que eu tenha traduzido o que o Wilson falou dessa vêz, e que todos possam ter compreendido!

Wilson é antes de tudo, um poeta. Ele não diz as coisas com todas as palavras, ele joga-as no ar pra quem puder captar. Ele brinca com as palavras e quem não o conhece, no princípio vai estranhar muito mesmo... mas é uma figuuuuuuuraa ...


Abraços,

Dihelson Mendonça

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