terça-feira, 23 de dezembro de 2008

INVERNO DE PARABOLAS FOME.

Dentro de todos os espelhos
os desertos do mundo
e a sede adormecida dentro
de todas as águas consumida
o mar
o rio
o barreiro
e os açudes provinciais
cabem em toda necessidade orgânica
em que se espera das cheias
o inverno e a seca
a fome que se veste de anjos
na candura dos fetos.
cuspir ainda que seja uma ação
perdida no tempo da terra
o chão agradece o azedume do vinagre
o que christus padece a santa ceia.

Wilson Bernardo


O REBANHO E A RESSUREIÇÃO.

Vacas morrem quando comem
mangas
politicos chupam os olhos
do escrupulo
a fortuna o pasto afagos
a indignação o protesto manga
no caroço da fruta paradisiaca
o boi engasga ruminância
politicos
bois
compativeis ruminântes orgânicos.

Wilson Bernardo

Poemas dedicados aos Poetas que Adoram Elogios - Wilson Bernardo.



UM CAMINHÃO DE FARPAS.

Um ford carregado de fezes
para todos os poetas.
a renovação da vida é a formação
do estrume
flores de Beijing
cogumelos de Hiroshima
cactus de Macambira
dormir as tardes de Terezina
acordar com o mel,adubo das meninas.

PASTO NOS QUINTAIS URBANOS.
No meio do pasto tem um boi
comendo verduras
e o homem estrumes enlatados.
orgânicas fezes
o boi adormece na engorda
o que seres apodrecem no glúten.
o homem tem a plena certeza
da fome
os bois se contemplam na ruminância.


Postado a pedido do Poeta: Wilson Bernardo

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eu Acredito em Política !

"Não sou do time que torce contra um governo, independentemente do partido. Acredito na política porque ela é um instrumento de mudança, um meio para melhorar o mundo.

É possível que você, como a maior parte das pessoas, veja os políticos com maus olhos. E há vários motivos pra pensar assim - eu mesma já me decepcionei. Desde os tempos do colégio, ficava indignada com a poluição, a destruição dos recursos naturais, a miséria. Achava que entrar para administração pública seria um jeito de contribuir para que essa realidade fosse diferente. Como ainda vivíamos na época da ditadura, logo concluí que não iria adiantar, pois tudo era proibido. Mas não desacreditei não. Procurei fazer o que estava ao meu alcance: passei a colaborar com ONG´s, tempos depois trabalhei na tevê e tive oportunidade de falar sobre temas de interesse social para uma audiência de 40 mil pessoas. No entanto, me frustrei novamente. Imagine só você se engajar em projetos de conscientização sobre a separação do alumínio, papel... e não ter ninguém para coletar o material. Voltei à idéia original e me candidatei a vereadora. Embora vez ou outra bata aquela sensação de que não vou dar conta, tenho um lema:
desânimo nunca dese ser sinônimo de desistência. Além do quê, não dá para ficar esperando os outros resolverem- é mais gostoso se descobrir capaz de agir.

Aqui entra aquela história de fazer o que está ao seu alcance. E para isso não preciso disputar as próximas eleições ou virar militante. Se quer ajudar, pode começar na sua casa, na sua família, com os seus vizinhos. Digamos que seu desejo seja melhorar a educação do país. Talvez haja funcionários no seu condomínio que nem sequer completaram o 1primeiro grau. Para esclarecê-los, valeria organizar um grupo, fazer reuniões no salão do prédio e debater assuntos como mensalão, desarmamento. Não vai resolver todos os problemas deles, mas, por mais banal que pareça, fará uma diferença enorme na vida dessas pessoas. Olha, nosso poder de mudança é tão grande; No entanto, não sabemos, ou não queremos usá-lo.

Quem perde com essa descrença na política é a população, que chega a querer ver o barco afundar só para provar que o governo é incompetente. Ou então se recusa a colaborar. Um caso típico é o trãnsito. O sujeito passa em sinal vermelho, dirige falando ao celular, e queno é penalizado, reclama da indústria da multa. Lógico que há multas injustas - eu já recorri de algumas - , mas esse é um instrumento de segurança, e não de violência do estado contra o cidadão. Outro caso foi o referendo. Muitos consideraram perda de tempo, mas, se o governo baixasse um decreto ou elaborasse uma lei, não teria tanto debate. Isso é democracia, e eu acredito nela. Você pode discordar, por causa dos políticos desonestos. Mas, se desconfia de tudo o que as autoridades fazem, acha que todos vão roubar, ignora os bons exemplos e desiste de fazer a sua parte, aí é que o resultado não aparece mesmo.

O melhor antídoto contra o veneno do pessimismo é conhecer os dois lados, se informar. Entrar no site da prefeitura, de uma ONG e ver os projetos em andamento pode fazer com que pare de ver só buraco na rua e enxergue a árvore brotando. Quem sabe você passa a crer, como eu, em um futuro melhor ? "

Sonia Francine Marmo
Vereadora de São Paulo
Revista Nova - Novembro

Enviado por Mônica Araripe
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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Foto Poema 2 - A MARginalidade da Fotografia

Segurar o Pau é um fetiche - Mulheres Fantoche
Segurar o Pau é um fetiche - Mulheres Fantoche
Pau da Bandeira - Barbalha - CE - Junho/2008


A Condução da Fé nas cores do OURO
A Condução da Fé nas cores do OURO
Pau da Bandeira - Barbalha - CE - Junho/2008


Palavras de Fé no Silêncio do Sino - Penitentes de Barbalha
Palavras de Fé no Silêncio do Sino - Penitentes de Barbalha
Pau da Bandeira - Barbalha - CE - Junho/2008


A Reflexão do Rei - Reizados Narciso
A Reflexão do Rei - Reizados Narciso
Pau da Bandeira - Barbalha - CE - Junho/2008
Fotos: Wilson Bernardo
Direitos Reservados

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Poesia viva poesia com Wilson Bernardo



Filmado por L. C. Salatiel.

POEMAS DE NATAL SERTÃO DAS FOMES.



POEMAS DE NATAL SERTÃO DAS FOMES.

A FORTUNA É UMA COMPROVAÇÃO SUICIDA!

Diante de todos os prazeres
o homem é um inseto
o dinheiro ao que parece não será
das fortunas um princípio sincero.
o homem dentro da alma consumida em valores
o consumo se faz nascer com os fetos o precipício.
desconhecemos a formação dos prazeres
diante de que o medo é uma regra humana.
os insetos fecundam a eternidade das espécies.
o dinheiro acelera a vunerabilidade
de que somos bacterihumanas desnecessárias.
morte!
a fortuna é apenas uma ideia de quantidade
o prazer da felicidade é bem menor do que os insetos.
a grande revolução do homem é superar
um desejo suicida.

Wilson Bernardo

OS FETOS CONSOMEM COSMÉTICOS!

Diante do espelho
cara a cara
com Narciso
o caramujo se sente príncipe!

Wilson Bernardo

DESCASCAR FRIGORÍFICOS OSSOS.

O milagre das palavras
é a fome das parábolas.
o milagre dos pães
a multiplicação dos peixes.
e no meu sertão urbano
as mulheres se contentam
com a fila dos ossos.
a carne é para quem pode
o poder
comer frutas com rodelas de dinheiro.
o milagre dos peixes
a multiplicação dos pães.
o milagre das parábolas
é a fome das palavras.

Wilson Bernardo

A MORTE É UMA FOME ORGÂNICA!...

As vacas pastam na profundeza
das águas
os peixes confiantes de traquéias
esperam pacientemente os coletores de leite.
a ruminagem dos homens comovem
os comerciantes de mortes.
fome!
sede!
aos filhos conscientes de mendicâncias
de que o pasto e as iscas
serão sempre necessidades orgânicas.
a fome humana nos leva ao saciar
desonesto de que os vegetais
vestem as carnes de luto.

Wilson Bernardo



Por: Wilson Bernardo - Poeta Marginal

Foto: Dihelson Mendonça
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Fotos - Pachelly Jamacaru

Dois grandes momentos deste que é o mais irreverente poeta da atualidade cratense. êle que em poucas... diz muito!


Wilson Bernardo entrevista Ermano Moraes e Cleilson Ribeiro

O poeta, professor, e nas horas vagas, repórter para o Blog do Crato Wilson Bernardo trouxe-nos este furo de reportagem, e entrevista e fez mesa redonda ( isto é, quadrada ), nas dependências do Crato Tênis Clube, com 2 personalidades importantes para a cultura do cariri. O Forrozeiro Ermano Morais, que resgata o nosso forró autêntico, verdadeira representação da cultura eminentemente nordestina, e o poeta da cidade de Barro-CE, Cleilson Ribeiro, que também estêve presente na Mostra SESC.

Veja a entrevista de Wilson, sempre bem-humorado, e profundamente imprevisível:
ATENÇÃO: Para ouvir, pare primeiro o player principal do Blog, senão vc irá ouvir 2 sons ao mesmo tempo...



Reportagem: Wilson Bernardo
Cinegrafista: Dihelson Mendonça

Café Literário - Com Wilson Bernardo, João Nicodemos, Ulisses, Ruben Mousinho e Dihelson Mendonça

Café Literário

Com: João Nicodemos, Wilson bernardo, Ulisses, Ruben Mousinho e Dihelson Mendonça.

Parte 01:



Parte 02:


Parte 03:





Produção, edição: Dihelson Mendonça
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Wilson Bernardo - Capitalismo Marxista II - O Retorno

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A hipocrisia nos faz negar a grande lata de conserva de consumo que é a geladeira. A arte tem funções de multiplicidade, no sentido de que a sua universalização requer sim a polemização, que se faz necessária, seja na literatura, no discurso, ou nas idéias contundentes. Por isso, nem sempre aceitas.

A hipocrisia humana se diverte nos conceitos puritanos e esquecem de que o vaso sanitário vos esperam sorridentes. Falar em merda ou não, seria aceitar ou não, de que são necessidades igualitárias que nos colocam no mesmo padrão sócio-econômico. Até porque, é a única ação humana que nos tornam iguais socialmente: - - defecando.

Bil Gates sabe fazer dinheiro, mas não constrói poemas, o que organicamente nos remete à igualdade na condição de humanos seres desumanos. A velha esquerda, seja em Cuba ou qualquer outra província, se mantêm sim ideologicamente pautada em antigos conceitos de socialização dos bens, assim como a igreja apost(a)olica romana, que tem discursos homilíacos da divisão dos bens, e a mesma não as faz, e te convence sadicamente de que tu é quem deverias dividir o pouco que seja com a plebe, ilhada nas obrigações da fé.

A esquerda quer HILUX sim, e charutos Cubanos e se manter no ideologismo retórico de emancipações de políticas sociais. A revolução russa é uma grande farsa, que manteve as elites da esquerda no patamar dos consumidores de caviar. Moral da história...Ao contrário do Klemlin, que não nega suas cores de guerra, a casa branca não tem nada de branca paz. Na essência, no Brasil tivemos insurreições como canudos e caldeirão que se caracterizaram muito mais como revoluções sociais do que a própria revolução russa. Preconceituosos senhores de idéias pré-elaboradas, com certeza copiadas em jargões sem nenhuma semântica moral e criativa.

Quero afirmar sim que santo de casa obra milagres (obra no sentido de obrar: defecar )e o cariri tem muitos intelectuais que não são ouvidos ou cultuados, o que essas pessoas preferem absorver como absorventes vaginais e filtrar a mesmice dos consumidos intelectuais da mídia elitista e jabariana de produtores capengas. Caetano, Gil e tantos outros nem sempre falam e produzem pérolas, mas o que fazem dita regras, e são deglutidas. Pois se fartem, degustadores de enlatados na geração fastfooda-se. Nossa província é o começo do mundo, a China é que é o fim do mundo. Nossa gente merece muito mais, e quando escrevo e faço arte, faço para o povo e as periferias, e não para as elites. A poesia marginal e a arte marginal, nasce ainda feto nos guetos sociais. Ao falar no rio grangeiro, o nosso canal, uma cidade moderna começa sim pela sua revitalização, e a recuperação sumária de tantos outros problemas concebidos pela sua má gestão e a falta de canalização dos esgotos. Não me é ofensivo o fato de me rotularem de como humorista e bêbado,até porque, antes de tudo o humor tem que ser inteligente, e muitos sóbrios não tem a capacidade de raciocínio lógico, e com isto os livros tornam-se para tais, uma grande incógnita.

Só se aprende a ler lendo, e a escrever, escrevendo. Pra essas pessoas agradeço e aceito as opiniões contrárias, minha arte não é obvia como tantas, ela é intrínseca à racionalidade irracional, o que na verdade o ser humano na sua prepotência habitual é a mais irracional e selvagem de todas as espécies. Vai aqui um recado sincero para tais opositores do novo capitalismo marxista:

APENAS UMA TEORIA.
O que Freud complica
Uma transa explica.
Fazer amor e se encontrar nos orgasmos é uma forma e uma maneira de se encontrar consigo mesmo.

Abraços, camarada velho mago dos teclados, e obrigado pela defesa prévia, senhor rábula Draconiano dos Olímpios campos gregos. Se vocês não entendem isto, o pai dos sábios vos esperam saudosos na velha resolução dos fatos não conhecidos, o tão antigo e irmão dicionário.

COMEDORES DE BATATAS!
A filosofia é inimiga
Da geração chip
Operadora GSM
Fastfood
McDonald´s
Batatas fritas
Que
USA
A ganância.

Wilson Bernardo - Poeta Marginal

Por: Wilson Bernardo.

Missa de Sétimo Dia - Wilson Bernardo

Clique na foto para ampliar:



Por: Dihelson Mendonça
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O Que Wilson Realmente Disse !

Quando da entrevista de Wilson Bernardo sobre o Capitalismo Marxista, muita gente reclamou no Blog do crato que não conseguiu entender as suas palavras. Acusaram-no de humorista, de tapeador das palavras.

Pode ser que na entrevista o Wilson Bernardo se saiu como um humorista ( E isso exige inteligência para fazer tal tipo de humor ), mas depois, ele explicou bem o que quis dizer realmente, e que eu concordo sumariamente, pena que a câmera já estava desligada.

O Caso é o seguinte, quando Wilson fala de Capitalismo Marxista, ele faz uma crítica ao sistema, colocando a geladeira como o símbolo do capitalismo, que incentiva o consumo sem limites na sociedade moderna. Para a sociedade de consumo, não importa o que você é, mas o seu poder aquisitivo. Para o sistema, mais vale um pobre que tem dinheiro para gastar, do que um rico abastado que não quer comprar.

Vc não vale mais o que vc possui. Vc vale o quanto vc pode Consumir, gastar com algo. A geladeira se tornou o termômetro da família. Se a geladeira está cheia, sortida, aquela família vai bem, por isso, todos detestam ver uma geladeira com apenas água gelando. A geladeira foi feita para conservar o alimento e não apenas para gelar água, que é o que acontece!

Daí, a crítica a um sistema que incentiva as pessoas a um consumo irrefreado, e ao mesmo tempo, priva-os de preencher esses espaços. As pessoas vivem apenas do sonho de consumo, vivendo uma utopia de ver a geladeira sortida, o carro do ano, a casa reformada para as festas natalinas. E os outros, ao verem isso, acham que o "fulano-de-tal" vai bem de vida e quer seguir o mesmo padrão copiando o modelo de uma socidade uniformizada.

Na verdade, as pessoas vivem numa MATRIX, numa ilusão de marionetes que os chefes do sistema construíram e mantêm a todo custo. Ao mesmo tempo em que vendem o sonho de uma sociedade abastada e feliz, priva o indivíduo desses mesmos bens de consumo, vendendo a idéia de um mundo social, comunitário, onde formamos uma imensa comunidade de partilhar as mesmas utopias de distribuição de uma riqueza e fartura que só existe na cabeça dos marqueteiros que se locupletam vendendo um sonho de liberdade aos seus prisioneiros do sistema.

E o pinguim vai sempre brigar com o gêlo da geladeira, porque não há outra coisa pra se consumir, e com o degêlo de uma sociedade alienada, que se desagrega, se derrete como uma engrenagem nefasta se desgasta a partir do seu próprio mal.

Espero que eu tenha traduzido o que o Wilson falou dessa vêz, e que todos possam ter compreendido!

Wilson é antes de tudo, um poeta. Ele não diz as coisas com todas as palavras, ele joga-as no ar pra quem puder captar. Ele brinca com as palavras e quem não o conhece, no princípio vai estranhar muito mesmo... mas é uma figuuuuuuuraa ...


Abraços,

Dihelson Mendonça

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O Capitalismo Marxista de Wilson Bernardo



O que seria o Capitalismo Marxista?
O pensador, poeta, artista plástico, professor e grande contestador da Sociedade de Consumo, Wilson Bernardo explica...

Veja o vídeo:




Se sua internet não é banda larga, ouça pelo menos o áudio:



Agora, se vc não tem nem internet banda larga, nem linha discada, vai tratar de se conectar ao mundo ! rs rs rs

Bem-Vindo ao Blog de Wilson Bernardo !


Olá, Amigos,

Esse é meu pequeno presente a esse que considero um dos mais geniais poetas da nova geração da cidade de Crato: o polêmico Wilson Bernardo. Aqui, traremos inúmeros poemas do Wilson, entrevistas e fatos curiosos.

Wilson, taí meu presente pra você, amigo!
Acima: Foto de Wilson Bernardo por Dihelson Mendonça

Um abração,

Dihelson Mendonça
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