terça-feira, 23 de dezembro de 2008

INVERNO DE PARABOLAS FOME.

Dentro de todos os espelhos
os desertos do mundo
e a sede adormecida dentro
de todas as águas consumida
o mar
o rio
o barreiro
e os açudes provinciais
cabem em toda necessidade orgânica
em que se espera das cheias
o inverno e a seca
a fome que se veste de anjos
na candura dos fetos.
cuspir ainda que seja uma ação
perdida no tempo da terra
o chão agradece o azedume do vinagre
o que christus padece a santa ceia.

Wilson Bernardo


O REBANHO E A RESSUREIÇÃO.

Vacas morrem quando comem
mangas
politicos chupam os olhos
do escrupulo
a fortuna o pasto afagos
a indignação o protesto manga
no caroço da fruta paradisiaca
o boi engasga ruminância
politicos
bois
compativeis ruminântes orgânicos.

Wilson Bernardo

Poemas dedicados aos Poetas que Adoram Elogios - Wilson Bernardo.



UM CAMINHÃO DE FARPAS.

Um ford carregado de fezes
para todos os poetas.
a renovação da vida é a formação
do estrume
flores de Beijing
cogumelos de Hiroshima
cactus de Macambira
dormir as tardes de Terezina
acordar com o mel,adubo das meninas.

PASTO NOS QUINTAIS URBANOS.
No meio do pasto tem um boi
comendo verduras
e o homem estrumes enlatados.
orgânicas fezes
o boi adormece na engorda
o que seres apodrecem no glúten.
o homem tem a plena certeza
da fome
os bois se contemplam na ruminância.


Postado a pedido do Poeta: Wilson Bernardo

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